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Mostrando postagens de setembro, 2025

Resenha: Neca, romance em bajubá, de Amara Moira

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  “Só sei que nada sei” - Sócrates E quanto mais eu sei, sei que não sei de nada. Essa foi a sensação ao ler “Neca, romance em bajubá”. É o tipo de livro que não procuraria por vontade própria, mas que foi escolhido no novo clube de leitura LGBTQ+ no qual entrei. Esses tipos de iniciativas são excelentes para ampliar nossos horizontes literários, e com certeza foi o que aconteceu comigo durante esta leitura. Confesso que, quando li o subtítulo “romance em bajubá”, do alto da minha ignorância pensei se tratar do lugar onde a história de passava: de preferência, uma paradisíaca praia da Bahia. Estava totalmente errada, mas existe sim exuberância no bajubá, afinal, trata-se de um dialeto da população LGBTQIA+. Além deste dialeto, a protagonista usa palavras do francês e do italiano, devido à sua passagem por estes países, incluindo algumas aportuguesadas para casar com a pronúncia. Escolhi deixar a leitura fluir, sem ficar indo ao dicionário toda vez que encontrava uma palavra ou ...

Sentir? Sinta quem lê!

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  Durante a pandemia, um companheiro constante foi um livro de poesias de Fernando Pessoa. Dentre todas, amei A Tabacaria, mas minha favorita foi esta, de Álvaro de Campos: ISTO Dizem que finjo ou minto Tudo que escrevo. Não. Eu simplesmente sinto Com a imaginação. Não uso o coração. Tudo o que sonho ou passo, O que me falha ou finda, É como que um terraço Sobre outra coisa ainda. Essa coisa é que é linda. Por isso escrevo em meio Do que não está de pé, Livre do meu enleio, Sério do que não é. Sentir? Sinta quem lê! Assim como muitos outros escritores, aprendi muita coisa de experiências. Uma delas, universal, é que uma hora precisamos colocar o ponto final e por nossa obra no mundo, por mais que queiramos ficar melhorando e reescrevendo vários trechos. Outra coisa que aprendi foi que, uma vez publicada, a obra não é mais só sua: é também de quem lê. Por exemplo: com meu romance “Anos de Chumbo”, tive respostas que não esperava. Uma leitora comparou-o com uma...