2014: ano de valorização do autor nacional
Responda-me rápido, sem pensar
muito: que autores brasileiros você leu ultimamente? Ou foi só na escola que
você teve contato com a literatura tupiniquim?
Se você quer ser escritor (ou
ao menos um bom leitor) e teve problemas para responder às perguntas acima, seu
caso é complicado. Autor nenhum pode querer ser valorizado se não valoriza
outros escritores de sua própria terra. E isso vai da nova revelação da
literatura aos clássicos. Mesmo que você não tenha gostado dos livros que
precisou ler na escola, isso não significa que toda a literatura brasileira é entediante:
há muita coisa boa, escrita hoje ou séculos atrás.
É difícil pensar em conseguir
um espaço nas livrarias, onde os títulos estrangeiros predominam – e
normalmente por um preço mais baixo. Não quero ser protecionista e exigir
preços mais baixos que obriguem os leitores a comprar literatura nacional,
porque há também muita coisa boa escrita no exterior, e na era digital é impossível
não tomar contato com essas obras. Mas defendo uma maior valorização do autor
nacional. E não sou eu a única a levantar essa bandeira: a Feira de Frankfurt
homenageou o Brasil em 2013, mas infelizmente não fugiu dos estereótipos ao
retratar nosso país:
Até que o cachorro é bonitinho... |
Estamos no final de janeiro.
Temos ainda onze meses para dar mais atenção aos escritores brasileiros. Onze
meses para aprender com os mestres. 342 dias para conhecer quem está publicando
agora, concordar ou discordar com o sucesso deles e analisar melhor a chance
que nossas obras têm no mercado. Por isso leia sobre sua cidade, estado ou
região. Escreva sobre o que você conhece ou gostaria de conhecer do Brasil (porque
não há nada pior do que autor brasileiro dando nome em inglês a seus
personagens e situando a ação nos States). Mas tenha orgulho da literatura
feita em nosso país.
Muito verdadeiro esse teu texto. Temos que aprender a valorizar os escritores nacionais. E temos tantos! E tão maravilhosos! No ano passado, tive o prazer de conhecer uma escritora fantástica: Stela Maris de Rezende. Seu livro A Mocinha do Mercado Central (ganhador do Prêmio Jabuti) é um primor. Embora voltado ao público infantojuvenil, é muito rico e capaz de agradar qualquer adulto. A propósito, é dela “esses livros dentro da gente – uma conversa com o jovem escritor”, onde ela dá dicas valiosas a quem quer escrever. Também no ano passado, conheci Noemi Jaffe, aliás, outra especialista na arte de ensinar a escrever, com quem tive a satisfação de fazer um curso. É de autoria dela “A verdadeira história do alfabeto” e “O que os cegos estão sonhando?”. Parabéns pelo blog!
ResponderExcluirA três ano sou blogueira e confesso que antes só conhecia os autores clássicos e um ou outro autor nacional, mas foi como blogueira que conheci e me apaixonei por tantos nacionais que hoje me esforço para ler pelo menos um nacional por mês. Também faço questão de indicar e até presentear os amigos com livros nacionais, além de emprestar os meus para os familiares. Com certeza só comprar os livros não ajuda por completo, precisamos ler e movimentar opinião sobre eles.
ResponderExcluirApoiada demais!!!!
Leituras, vida e paixões!!!