Resenha: Depois que as luzes se apagam, de Tadeu Rodrigues
Pode uma história feita de clichês ser completamente original? Se estivermos falando do laureado romance de Tadeu Rodrigues, “Depois que as luzes se apagam”, a resposta será um sonoro SIM. Partindo de clichês nada baratos, ele conta a amizade entre um ancião e uma criança doente que nos arrebata, nos emociona, nos faz sonhar e por fim nos surpreende.
Estevão tem oito anos. Nosso narrador, oitenta.
O que une um ao outro é a finitude: Estevão é um menino doente, nosso narrador,
apesar de aparentemente são, também está no fim da vida. Estevão é morador do
terceiro andar do Edifício Fabuloso, onde nosso narrador também mora, num
quartinho próprio para abrigar o porteiro do prédio. Em vez de ir à escola,
Estevão perambula pelo prédio, até chegar ao quartinho do porteiro. Lá, nasce
uma amizade nada improvável. Neste edifício de nome imponente a amizade se
desenvolve na portaria e no saguão, culminando com a montagem de um circo de
papelão.
Com uma persona de palhaço que é “um tanto
Carlitos, outro tanto Mazzaropi”, nosso narrador cultíssimo conta a história em
primeira pessoa. A exceção narrativa fica por conta do último capítulo,
que traz um desfecho de cair o queixo.
Eu poderia seguir tecendo elogios ao livro, mas corro o risco de
dar spoilers desta narrativa tão única, tão bonita e tão avassaladora. Por
isso, termino esta pequena resenha com um só verbo: leia.
Frase favorita: “A adversidade proporciona o
que calmaria nenhuma faz”.
O veredicto: 5 MINIONS
EXCELENTE!
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