DPL: Mary Poppins & sua autora

Se você viu “Walt nos Bastidores de Mary Poppins / Saving Mr. Banks” (2013), deve saber a história da autora P. L. Travers. No filme, conhecemos primeiro a amarga autora que não quer vender os direitos de sua obras para Walt Disney e, em flashback, descobrimos mais sobre sua infância difícil e o que a levou a criar a família Banks e a babá voadora. Mais sobre o filme daqui a pouco!

Pamela Lyndon Travers foi o pseudônimo adotado por Helen Lyndon Goff. Ela nasceu na Austrália em nove de agosto de 1899. Sua infância foi marcada pela perda do pai, que morreu quando ela tinha sete anos, e pelo despontar de um talento literário. Seus primeiros poemas foram publicados na adolescência, em jornais australianos. Conhecida dentro da família apenas como “Lyndon”, adotou o nome Pamela Lyndon Travers para fazer teatro (aposto que você não sabia que ela foi atriz! Olha aí embaixo a Pamela no palco!).
Em 1924, já com o novo nome, ela se mudou para a Inglaterra em busca de uma carreira literária. Seriam necessários dez anos para que o sucesso viesse com a publicação de um esquecível livro de viagens e, finalmente, com o primeiro livro de Mary Poppins! Travers era uma mentirosa convicta, de modo que não podemos acreditar que ela criou magicamente a personagem enquanto estava no campo se recuperando de uma doença.   
Travers nunca se casou, mas adotou um garoto, Camillus. Ela havia prometido adotar Camillus e seu irmão gêmeo, mas não cumpriu o trato e ficou apenas com um filho, o que gerou um grande trauma quando o garoto descobriu que tinha um irmão. No final da vida, a criadora de uma das mais amadas personagens infantis se entregou à amargura e, quando faleceu, em 1996, seus netos disseram: “ela morreu sem amar ninguém e sem ninguém que a amasse”.

Vamos agora aos filmes. Primeiro, aquele que foi o ponto alto da carreira de Walt Disney...

Mary Poppins (1964)
Cena favorita: Bert e os limpadores de chaminés.

Escolher uma única cena favorita de Mary Poppins é impossível, porque é um filme praticamente perfeito de todas as maneiras (“praticaly perfect in every way”). Acabei escolhendo a longa sequência em que Bert (Dick van Dyke, fofíssimo) reúne seus amigos limpadores de chaminés e eles fazem um belo número de dança para Mary Poppins (Julie Andrews) e as crianças. É muito sincronismo e beleza no céu poente de Londres.  




Walt nos Bastidores de Mary Poppins (2013)
Cena favorita: P. L. Travers se rende.

Não é uma única cena, mas a rendição da autora mal-humorada é mostrada em alguns deliciosos momentos. Destaco a cena em que ela, interpretada por Emma Thompson, e Walt Disney, interpretado por Tom Hanks, andam em um carrossel, ela sorri e Disney diz que apostou com seus funcionários que ele jamais colocaria a ranzinza senhora Travers em um dos brinquedos da Disneylândia.



Nanny McPhee e as lições mágicas (2010)
Cena favorita: o nado sincronizado dos porcos.

Sim, eu amo porcos. E escolhi essa simpática cena em que alguns porquinhos surpreendem as crianças com um número de nado sincronizado. É a prova de que a vida delas não será a mesma depois de conhecerem Nanny McPhee. E é também a demonstração de como se cria mágica cinematográfica simples nos tempos modernos.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha: Um Dono para Buscapé, de Giselda Laporta Nicolelis

Resenha: O outro passo da dança, de Caio Riter

Resenha: Tio Petros e a Conjectura de Goldbach, de Apostolos Doxiadis