Resenha: O outro passo da dança, de Caio Riter
A violência nas grandes cidades, o bullying, a
amizade entre adolescentes, as relações familiares do século XXI, namoricos e o
mundo do balé: o que tudo isso tem em comum, e mais, o que tudo isso tem a ver
com superação? Bem, todos esses temas são muito bem concatenados no livro “O
outro passo da dança”, escrito por Caio Riter, autor de diversos livros
infanto-juvenis.
Ana Lúcia é uma bailarina que é atingida por uma
bala perdida em um primeiro capítulo de tirar o fôlego. Ela acorda no hospital
e descobre que perdeu os movimentos das pernas. A partir daí, a vida da menina,
que sempre foi centrada na dança, torna-se um mar de incertezas. Voltar para a
escola e os amigos é um sofrimento, lidar com as reações, boas e más, por sua
cadeira de rodas é outro problema. Mas quem está lá, sempre ao lado de Ana
Lúcia, para ajudá-la neste momento difícil é sua avó Luzia, uma grande
contadora de histórias de terror cheias de lições de vida.
Outras pessoas sempre prontas para apoiar Ana
Lúcia são seus amigos da escola e do balé, entre eles Bernardo, um menino que
sofre bullying por ser bailarino e é inclusive ridicularizado pelo próprio pai.
Outro garoto que vai sofrer na narrativa é Danilo, um menino pobre que consegue
se matricular no colégio graças a uma bolsa de estudos.
Muitos personagens passam por momentos de
superação, embora Ana Lúcia seja a protagonista e seu caso o mais grave dentro
do livro. Celina, uma garota da escola, precisará aprender a valorizar sua
aparência e autoestima enquanto decide entre dois pretendentes. Filósofo
precisará tomar coragem para se declarar a Ana Lúcia, justamente nesta situação
difícil. E toda essa turma precisará enfrentar um bando de arrepiar: a turma do
mal liderada por Moicano.
Nem sempre gosto de livros sobre o universo
escolar, ainda mais com toques de bullying, porque isso reflete minha
adolescência. Mas com este foi diferente. Dividido em três partes com nomes de
movimentos do balé (À Terre, En Avant, En L’Air), o livro é rápido e prazeroso.
As páginas são roxas e os desenhos de Joãocaré são lindos e passam uma
suavidade digna do espetáculo de balé. Uma dica, uma boa leitura e uma lição de
vida.
O VEREDICTO: 4 MINIONS!
ÓTIMO!
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