Resenha: O lado bom da vida, de Matthew Quick
Livros que viram filmes sempre se tornam sensação no mercado. “O lado
bom da vida”, romance de estreia de Matthew Quick, além de ter sido adaptado
para as telas, também figura em dois gêneros que fazem sucesso atualmente: o young adult e o chamado sick-lit, livros que tratam sobre doenças.
Apesar de todos esses ingredientes de sucesso, Matthew foge dos estereótipos e
trata doenças mentais com leveza e dignidade.
Pat Peoples é um ex-professor que passou algum tempo internado no que
ele chama de “lugar ruim” (uma clínica psiquiátrica) até que sua mãe fosse
tirá-lo de lá contra as ordens dos médicos. A internação de Pat marcou o começo
do “tempo separado” da esposa, Nikki, e a maior meta dele é reconquistá-la.
Para isso, ele malha loucamente todos os dias e treina ser gentil ao invés de
ter razão, ou seja, concordar com as pessoas ao invés de discutir.
Tentei imitar nuvens... #FAIL |
O pai de Pat é um homem fechado e com um conceito de afeto difícil de
entender. Seu humor é ditado pelos resultados dos jogos de seu time do coração,
os Eagles. Pat tem um irmão, Jake, que mora com a esposa. Pat e Jake vão muitas
vezes aos jogos de futebol americano, e vez ou outra as descrições técnicas do
autor, ele próprio fã do esporte, cansam quem não entende nada sobre o jogo.
Quem também frequenta o estádio é Cliff, terapeuta de Pat.
O amigo de Pat, Ronnie, tenta ajudar, e, junto com a esposa Veronica,
apresenta-o a Tiffany, irmã de Veronica que perdeu o marido, o emprego e também
está lutando contra seus fantasmas. Na maior parte do tempo, Tiffany corre ao
lado de Pat pelas ruas da cidade ou acompanha-o a um restaurante, mas fala
muito pouco. Quando tudo parece previsível e temos a impressão de que vai ser
fácil para Pat e Tiffany ficarem juntos, surge um concurso de dança e a chance
de Pat entrar em contato com Nikki.
Uma parte interessante do livro é sobre... livros. Pat lê as obras que
Nikki, professora de literatura, indica a seus alunos, na tentativa de
entendê-la melhor. Aí surgem várias reflexões sobre as obras e a vida de Pat,
mas há também vários spoilers. Ficamos sabendo o final dos livros “Adeus às
Armas”, de Ernest Hemingway, “A Redoma de Vidro”, de Sylvia Plath, “O Grande
Gatsby”, de F. Scott Fitzgerald e “O Apanhador no Campo de Centeio”, de J. D.
Salinger. Há revelações menores também sobre “A letra escarlate”, de Nathaniel
Hawthorne, e “As aventuras de Huckleberry Finn”, de Mark Twain. Essa parte
reflete outra característica do autor Matthew Quick: ele foi professor de
literatura antes de se tornar escritor.
Já que estamos falando sobre livros, vamos falar sobre filmes. Sobre um
filme em particular: aquele que surgiu da adaptação do livro para as telas,
seis anos depois da publicação. O filme é até bonitinho, mas cheio de mudanças
desnecessárias que retiraram boa parte do tom geral da história... A capa da
edição brasileira do livro, aliás, traz falas apenas presentes no filme.
O filme é mais ou menos, mas este poster é incrível |
O livro é narrado por Pat e rapidamente sentimos simpatia por ele e por
sua busca pelo lado bom das coisas. A escrita de Matthew Quick é ágil e
agradável. Gostei especialmente do fato de ele nomear os capítulos com trechos
dos mesmos (porque eu tenho problemas para nomear capítulos, e esta é uma ótima
e prática ideia). O livro parece, à primeira vista, previsível, mas não o é.
Todos os personagens são complexos demais e nenhum deles recebe um diagnóstico
preciso. Pat e Tiffany sofreram traumas e estão pouco a pouco se recuperando. É
um livro muito humano, tocante e charmoso. Vale a pena ser lido.
Frase favorita: “Muitas vezes a
vida real acaba mal (...). E a literatura tenta documentar essa realidade,
mostrando-nos que ainda é possível suportá-la com nobreza.” (pág. 193)
O veredicto: de acordo com o sistema de notas, este livro
recebe... 4 minions!
ÓTIMO!
Para ler sobre o filme “O lado bom da vida”, clique AQUI.
Faz tempo que esse livro está na minha wishlist!
ResponderExcluirNão consegui esperar e já assisti o filme, adorei! Agora fiquei ainda mais curiosa para ler o livro, por ser bem diferente do filme!
Adorei a resenha!
Beijos!
Borboletas Literárias
Faz tempo que esse livro está na minha wishlist!
ResponderExcluirNão consegui esperar e já assisti o filme, adorei! Agora fiquei ainda mais curiosa para ler o livro, por ser bem diferente do filme!
Adorei a resenha!
Beijos!
Borboletas Literárias
Hum... Ainda não assisti ao filme, nem li o livro, mas depois da sua resenha, fiquei bem curiosa para conhecer melhor a história. Ela está muito boa mesmo =D
ResponderExcluirhttp://refugiorustico.blogspot.com.br/
Já li o livro e gostei muito! Gostei bastante do filme também. Ótima resenha!
ResponderExcluirSeguindo. Também curti a página do facebook. *u*
http://tideofbooks.blogspot.com.br/
Olá, Letícia!
ResponderExcluirAssisti o filme no momento em que estava lendo o livro. Para não desmerecer nenhum dos dois, eu coloco as duas obras como totalmente diferente uma da outra. Eu gosto da forma como as coisas acontecem no livro, mas também gosto do que acontece no livro.
Muita gente achou clichê o fato de eles terminarem felizes para sempre. Eu também achei. Mas eu amo o clichê, então fiquei feliz de poder ver dois finais diferentes da mesma história.
O livro é mesmo bem ágil, tirando algumas partes dos jogos que eu li na obrigação. Perdi a conta das vezes em que o Pat puxa aquele hino dos Eagles, hahhaha
Ainda não tinha lido nenhum desses clássicos na época, então fiquei meio indignado porquê eu odeio spoilers. Felizmente, eu acabei esquecendo.
Gostei da resenha (:
Beijos!
Mari
caixadamari.com
Eu acredito que o filme era muito bom agora quer saber se o livro realmente cativa. Filme muito bom. Bem dirigido, um bom roteiro, divertido, inteligente. Jennifer Lawrence esta digna em seu personagem, ja mostrou que é uma excelente atriz, ja Bradley Cooper me surpreendeu, a história tem sido os melhores filmes de Bradley Cooper que eu vi. Atuações ótimas até mesmo dos coadjuvantes Robert De Niro e Jacki Weaver estão ótimos. Uma ótima historia, madura, diferente de todas essas comedias dramáticas/românticas. Vale muito apena acompanhar.
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