Resenha: As aventuras científicas de Sherlock Holmes, de Colin Bruce
Alguns personagens literários se tornam tão famosos que vão além da vida
que lhes é dada por seus criadores originais. Um exemplo disto é James Bond.
Sim, o agente 007 surgiu nos livros do escritor Ian Fleming, e se tornou
mundialmente famoso no cinema, meio que criou novas histórias, além das
escritas por Fleming, conforme eram feitos mais e mais filmes de Bond. Outro
exemplo é Sherlock Holmes. O personagem acabou tão famoso que um dia seu
criador, Sir Arthur Conan Doyle, ficou cansado da fama da criatura e matou
Sherlock. Os fãs ficaram indignados e Arthur voltou atrás na história
seguinte... E a prova da durabilidade de Sherlock é que novos escritores
usam-no como protagonista de seus livros (com a devida autorização dos
herdeiros de Conan Doyle, claro). Um dos que usaram essa técnica foi Colin
Bruce, que decidiu usar o detetive para explicar grandes descobertas
científicas.
Pensando bem, Sherlock Holmes e a ciência são uma bela combinação. Não
seria de se espantar que o brilhante detetive se envolvesse em questões
complexas de seu tempo sobre física, matemática e astronomia. E é isso que o
físico e escritor Colin Bruce se dispõe a fazer neste livro. Mas não pense que
a leitura será complicada: partindo de um apelo de Watson (“Nada de matemática,
Holmes. Tenho horror à álgebra”), Bruce torna o livro agradável também para os
leigos no assunto.
São ao todo 12 contos científicos que podem ser lidos independentemente.
Além de Holmes e Watson, há também a participação dos professores Challenger e
Summerlee, personagens do livro “O mundo perdido”, também de Sir Arthur Conan
Doyle. Os temas tratados vão da natureza da luz (onda ou matéria) à divisão dos
átomos. É uma leitura ideal para quem está no ensino médio e estuda estes
tópicos nas aulas de física. Eu confesso que alguns conceitos teriam sido mais
fáceis de compreender se eu tivesse a ajuda de Sherlock Holmes em meus tempos
de estudante.
A presença do ranzinza, porém sábio, professor Challenger, foi minha
surpresa favorita durante a leitura. O personagem é mostrado exatamente como eu
o imaginei não só no livro de Conan Doyle, mas também na adaptação para o
cinema, de 1960.
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O charme do professor Challenger |
Meu conto favorito foi “Três casos de ciúme relativo”, que também é o
mais simples para os leigos. Vale ressaltar que o livro está recheado de
esquemas e ilustrações que facilitam ainda mais a compreensão de cada enigma!
Dizer que esta é uma leitura agradável é pouco. A nerd em mim me obriga
a falar que este é um livro que deveria estar em todas as escolas, para ser
usado nas aulas de física e torná-las menos maçantes e mais fáceis de entender.
Afinal, não há ajuda melhor para uma questão espinhosa que a do maior detetive
(fictício) do mundo.
Trecho favorito:
“Toda a história do avanço
científico é que só há progresso quando se demonstra conclusivamente que uma
cambada de tolos sapientes está errada”. (pág. 33)
O veredicto: 5 minions!
EXCELENTE!
Olá...
ResponderExcluirAdorei a capa! Parece ser legal, bom que pode ser lido de forma aleatória. Vou marcar no skoob.
;D
Beijos!
Cintia
www.theniceage.blogspot.com
Adorei a resenha, adoro livros assim que me encantam com a capa e tambem com a historia, com certeza está na minha lista de desejados rs
ResponderExcluirBeijos
http://www.garotaagridoce.com