Resenha Mirim: Danico Pé de Vento, de Isabel Vieira

 

            Daniel entrou na sala e começaram as risadas:

            - Hein! Nanico! Aqui é a quinta A, o jardim e o pré são no outro prédio!

             Ele suspirou, à procura de alguma carteira vazia. Finalmente encontrou uma na sexta fileira. Uma garota que sentava ao lado tentou “puxar um papo”.

            - Oi, meu nome é Alícia. Qual é o seu? Para quem é essa carteira?

            - Essa carteira é para minha irmã, Milena. Eu me chamo Daniel e...

            - Danico, Danico! – uma voz tristonha interrompeu, era a irmã dele – querem nos separar. Me colocaram na quinta C!

            Depois a coordenadora chegou levando a nova aluna.

            No recreio, Milena já saboreava um pãozinho de maçã, quando Daniel abriu seu lanche e teve uma surpresa: uma baguetona de vinte centímetros, recheada com nacos de atum, ovo cozido, tomate e alface. Era coisa da vó Maria, que achava que ele era baixinho porque não comia, ou melhor, só comia meia almôndega.

            Um dia, na aula de educação física, o professor deu a lista com os esportes disponíveis para praticar.

            - Basquete. – disse Danico.

            O professor, meio encabulado, aceitou. E foi bom. Num jogo ele fez uma cesta de três pontos maravilhosa. No final do jogo, ouviu alguém gritar com todas as suas forças:

            - Pé-de-vento, queremos você no campeonato!

            Foi no meio da quadra que ele foi rebatizado com seu novo apelido: Danico pé-de-vento.

            Um dia uma imagem bem nítida lhe voltou à cabeça quando a coordenadora foi à classe: o “trenzinho” por ordem de tamanho: nas carteiras, nas excursões, no teatro, no museu. E ele sempre na frente. Não foi para menos:

            - Daniel, venha para frente.

Não estava ruim, quer dizer, até a coordenadora colocar Ana Rita do seu lado. Morreu de vergonha: ela era a garota das jabuticabas. Ele queria dar um presente para ela, porém jogou forte demais (a jabuticaba).

Um dia, o time dele perdia para um outro na final, 89 a 90. O treinador mandou ele entrar. Quando recebeu a bola fez uma bela jogada e fez a cesta. O time ganhou...

Quando chegou em casa, Ana Rita deu um presente a ele com um beijo. Ele era feliz.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha: Um Dono para Buscapé, de Giselda Laporta Nicolelis

Resenha: Água Viva, de Clarice Lispector

Resenha: O outro passo da dança, de Caio Riter