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Mostrando postagens de 2024

Apresentando a Resenha Mirim

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  Foi com muita surpresa que descobri que o post mais acessado do blog é minha resenha, quase sinopse estendida, de “Um Dono para Buscapé” . Imagino que os acessos venham de crianças que leram o livro e que queiram saber mais sobre ele… ou provavelmente de crianças que tinham de ler o livro mas não o fizeram e apelaram para o resumo. De qualquer modo, acendeu uma luzinha na minha cabeça: resenhas de livros infantis bombam. E foi também uma grata surpresa quando, mexendo em coisas antigas, encontrei resenhas que fiz de livros que li entre nove e dez anos, na antiga quarta série. Na época, eu me dedicava muito à literatura, pois, além de ler o livro designado durante a semana, o relia na manhã de sexta-feira, pois à tarde na escola tinha que recontar o livro e não queria esquecer nenhum detalhe. Com essa constatação, essa descoberta e essas memórias, resolvi criar uma nova seção no blog: a resenha mirim. Digitei as resenhas que encontrei da quarta série, e pretendo compartilhá-las

Papel & Película: Confissões de uma garota excluída

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  *A coluna Papel & Película trata de literatura e cinema através de artigos sobre adaptações de obras literárias para o audiovisual. Escrevi a coluna semanalmente durante alguns anos para o finado site Leia Literatura. Este é um artigo inédito* Para tudo, Brasil, polo Norte e China! É assim que a protagonista do livro “Confissões de uma garota excluída, mal-amada e (um pouco) dramática” se expressa em diversas ocasiões. É um livro fofo e previsível de Thalita Rebouças. Foi meu companheiro de aeroporto em cinco viagens ao longo de dois anos. Sim, eu só o lia esperando o horário do voo, e a narrativa é tão simples que não fazia mal haver um grande intervalo de tempo entre as vezes que eu pegava o livro. Além da história bem previsível, a autora salpicou algumas receitinhas fáceis que eram feitas pela protagonista, Tetê - apelido para o exótico nome “Teanira” -, uma menina que viu sua vida virar de cabeça para baixo quando o pai perdeu o emprego e ela precisou ir morar com os avós

Resenha: O Inimigo Secreto, de Agatha Christie

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  Em minha casa, apreciamos Hercule Poirot. Minha mãe tem uma pequena porém robusta coleção de livros com aquele que é, talvez com alguma sombra de dúvida, o personagem mais famoso criado pela escritora britânica Agatha Christie. Já havia lido, da coleção, “Assassinato no Expresso do Oriente” e “A Morte no Nilo”, leituras que fiz para comparar com as adaptações cinematográficas destas obras. Quando o grupo de leitura do site Feito por Elas criou um subgrupo para leitura cronológica dos livros de Christie, eu soube que não podia ficar de fora. Como tenho uma lista enorme de outros livros que quero ler, decidi me juntar ao grupo de leituras só quando fossem discutidas obras que tenho em livro físico. E isso aconteceu relativamente cedo, com “O Inimigo Secreto”. Com ele descobri muito sobre Christie, e também conheci os Jovens Aventureiros, Tommy e Tuppence. Fiquei surpresa ao descobrir que Agatha Christie publicou seu primeiro livro apenas aos 30 anos. O hábito da escrita em sua vida

Como foi participar de uma Olimpíada de Literatura

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  Ler, para mim, sempre foi um prazer, mesmo quando eram leituras obrigatórias da escola. Mas na escola havia um lado ruim: o momento da prova sobre o livro lido. Se as questões fossem de múltipla escolha, pior ainda, pois me embananava toda. Mesmo assim, sempre tirei boas notas. Talvez seja por isso que resolvi, depois de anos de formada, me submeter mais uma vez a uma prova literária, desta vez através da participação na sexta Olimpíada de Literatura. Fiz em março a inscrição para uma prova que ocorreria no começo de maio. Havia quatro categorias: mirim (até 12 anos), junior (até 16 anos), sênior (qualquer idade) e ouro (qualquer idade). Dentro de cada categoria, havia dois livros para serem escolhidos. A outra opção na categoria sênior era Dom Casmurro, que já li há muitos anos, por isso escolhi uma novela considerada obra-prima da literatura russa: “A Morte de Ivan Ilitch”, publicada em 1886 por Liev Tolstói.   Apontamentos sobre “A Morte de Ivan Ilitch”   Na literatura r

Dando uma segunda chance para Jorge Amado

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  Meu primeiro contato com a obra de Jorge Amado não foi das melhores. Evitemos eufemismos: foi péssima. Aos catorze anos, tive de ler “Capitães da Areia” para a escola. Ainda me lembro do dia, estava esperando os cabelos molhados secarem enquanto lia, em que passei horrorizada os olhos pelas páginas que narravam o estupro da menina Dora por Pedro Bala e depois nos pediam para torcer por aquele “casal”. Abandonei a leitura, coisa que raramente faço, enojada. Ao ver um dos alunos com “Capitães da Areia” em sala de aula, nosso professor de história - o melhor professor que eu já tive - comentou que havia um livro engraçado da autoria de Jorge Amado: “A Morte e a Morte de Quincas Berro D’Água”. Guardei o nome na memória e resolvi recorrer a esta obra agora para tentar retirar minha má impressão. Na pesquisa Retratos da Leitura , realizada pelo Instituto Pró-Livro e Itaú Cultural em 2020, Jorge Amado foi o quinto autor preferido dos brasileiros. É também o autor brasileiro mais adaptad